eu imagino este post como um cômodo cheio de almofadas gigantes.
tapetes felpudos.
uma luminária de lava dos anos 70.
uma tenda sobre nossas cabeças.
estamos segurando velas, nos olhando nos olhos, como quem diz: eu sei que você sabe.
este é o nosso espaço.
aqui, trocamos oferendas coletivas.
meio riso, meio choro.
um templo virtual.
uma caverna para os mistérios. um lugar onde nossas intenções se alinham tão lindamente que podemos simplesmente relaxar, finalmente.
respiração no ventre.
olho no olho.
seguramos as mãos uns dos outros. e então começa.
⟡ entre no corpo, corpo, corpo
chegue devagar.
a porta range ao abrir: um som familiar.
ela é pesada.
range de novo ao se fechar atrás de você.
talvez você se lembre desse som de algum outro lugar.
sim, eu me lembro. eu também estava lá.
sente-se e apenas foque na sua respiração.
sintonize com energias cruas por um tempo.
sinta elas provocando seu chacra raiz, depois o sacral.
tem algo pesado aí?
agora é tão bom momento quanto qualquer outro para liberação.
expire. deixe ir.
volte a sua missãozinha: escaneando mentalmente seus chakras, do raiz até a coroa.
fique o tempo que quiser em cada.
nomeie pelo menos uma coisa que esteja orbitando cada um.
pode ser uma emoção. uma imagem. uma lembrança da infância.
até mesmo uma declaração simples e potente, como “estou desejando pão”.
você pode entender o que vem, e talvez agora até faça sentido, ou não. não importa.
guarde isso com você (é precioso, e pode vir a fazer todo o sentido daqui 1, 2 ou 10 anos) <3.
agora a gente só nomeia qualquer coisa grudenta que esteja se agarrando mais do que deveria.
sombritas.
como é seu processo de libertar o que não serve mais?
acompanha alguma(s) verdade(s), talvez?
algo difícil de sentir?
a vergonha não tem morada aqui.
florescemos na quieta intimidade com nós mesmos.
agora, considere o poder das suas mãos.
leve-as à frente dos seus chakras (começando pelo raiz).
se sentir rígido ou preso,
movimente as mãos no sentido anti-horário para liberar,
sentido horário para revitalizar — até chegar na coroa.
Sotce (Pinterest)
respire.
não esqueça de respirar.
não estamos indo a lugar algum.
continue respirando.
sinta silenciosamente a realidade atual:
como está o mundo ao seu redor?
ouve algum pássaro?
vê alguma folha antiga por aí?
sua garrafinha de água tá por perto?
esse momento é tudo o que temos.
tome um gole.
fique aqui o tempo que precisar.
⟡ busque o que está escondido
alguma anotação do seu território interno pra refletir depois?
não há pressa aqui.
sem certo ou errado.
apenas respiração constante e olhares suaves.
⟡ libere
se algo estiver vindo à tona, talvez você precise de tempo.
uma mudança no ar.
um novo jeito de se posicionar.
autoabracinhos.
autobeijos.
posição fetal ou “Balasana”.
encare sua árvore favorita e pergunte a ela Por Quê.
suspiro profundo e resiliente.
uma respiração ainda mais funda.
e com um sssssssssssSssssssssss
deixe sair.
levante-se… devagar.
pegue uma colherada de pasta de amendoim e coordene com um bom choro, se precisar.
⟡ o fim. por agora.
se você chegou até aqui, algo já se moveu.
esse momento pertence a você.
nada pra consertar.
códigos incluem: observação * sensações nutridas * auto-apreciação.
enquanto você permanece sentade, suave.
pão quentinho na mão;
nosso templo virtual começa a se desfazer em areia novamente.
a gente se vê por aí?
✧・゜゜・・゚☆